O que estamos pleiteando?

Que a revisão da LPUOS, ora em curso, mantenha o zoneamento atual e com as mesmas características no território das Vilas Beatriz, Ida e Jataí.

Por quê?

Desde 2016 desenvolvemos uma série de ações com o objetivo de transformar nossas vilas em um Ecobairro e, assim, construir um futuro comum com qualidade de vida, com diversidade social e alinhado às premissas da sustentabilidade. As características do nosso território – onde predominam casas e prédios com altura limitada, áreas verdes e economia local composta por pequenos comerciantes – são intrínsecas ao conceito Ecobairro.

O que é um Ecobairro?

Um Ecobairro é resultado de uma prática de visão sistêmica que visa resgatar e fortalecer a vida em comunidade, intensificar o vínculo afetivo com o lugar e tornar comunidades e cidades com maior diversidade social, mais sustentáveis, harmônicas e resilientes.

Quais impactos uma mudança no zoneamento pode trazer?

Atualmente, nosso território é composto predominantemente por casas e alguns edifícios. Temos também um número expressivo de pequenos comércios e de profissionais autônomos instalados na região, alguns há algumas décadas, que forma um núcleo saudável de economia local.

Do ponto de vista geológico, estamos instalados entre o espigão por onde passam as ruas Heitor Penteado e Cerro Corá e a várzea do Rio Pinheiros. Este terreno de acentuado declive abriga inúmeras nascentes que formam duas bacias hidrográficas, a do Córrego das Corujas e a do Rio Belini.

Se houver uma mudança no zoneamento atual, podemos ter os seguintes impactos negativos:

• Ampliação da ZEU (Zona de Estruturação Urbana) e dos corredores de ônibus na Rua Cerro Corá e imediações

A implantação de uma nova linha do metrô – que ligará a Lapa à Santo André – vai cortar o território. Há previsão de uma estação na rua Cerro Corá. Isso faz com que a zona de influência da ZEU chegue a um raio de até 1 km da estação, alcançando boa parte do miolo do bairro.

Como em uma ZEU é permitido verticalizar e adensar sem limite, o miolo do bairro pode ser atingido por uma onda de novos prédios sem limite de gabarito (altura), que gera efeitos negativos em cascata.

• Verticalização e adensamento sem limites

A verticalização e o adensamento sem limites trazem muitos efeitos nefastos. Os principais impactos diretos: menor índice de insolação; maior sombreamento em ruas e imóveis vizinhos aos prédios; barreiras na circulação de ar; supressão de massa verde; aumento de temperatura em função da redução de massa verde e do maior volume construído.

Mas há uma série de impactos negativos indiretos, sendo os principais:

Interferência nas nascentes urbanas e no lençol freático: os prédios a serem construídos na região tendem a ter vários níveis de garagem no subsolo, atingindo o lençol freático. Para possibilitar a construção e a manutenção destas garagens, há o bombeamento da água do lençol freático e posterior descarte na rua, gerando grande desperdício.

Aumento no fluxo de veículos e da poluição: Mais prédios, mais vagas, maior fluxo de veículos e consequente aumento da poluição atmosférica.

Gentrificação: como novos empreendimentos são de alto padrão, acabam alterando o perfil do bairro, hoje composto por várias classes sociais, e majorando o valor do metro quadrado e dos aluguéis.

Deslocamento involuntário de moradores e comerciantes: com o aumento do valor do metro quadrado e dos aluguéis, muitos locatários são obrigados a se mudarem para outros bairros ou até regiões involuntariamente.

Há outros pontos que merecem atenção?

Sim! A Câmara de Vereadores pode alterar a minuta preparada pelo executivo drasticamente. Pode, por exemplo, mudar o tipo de zoneamento das Vilas, passar de ZPR para ZM (zona mista). Ou alterar as características de cada tipo de zona, indicando maior Coeficiente de Aproveitamento (o quanto a mais pode se construir em um terreno) ou maior gabarito, prédios com maior altura ou sem limite de altura. Hoje, na ZPR, os prédios podem ter apenas 10 metros de altura, o equivalente a 3 andares.

Qual é o perímetro do Ecobairro, incluído no Plano Regional da Subprefeitura de Pinheiros em 2016?

Rua Natingui > Rua Francisco Isoldi > Rua Borges de Barros > Rua Heitor Penteado > Rua Cerro Corá > Avenida São Gualter > Praça São Gonçalo > Rua Carlos Norberto Souza Aranha > Rua Arquiteto Jaime F. Rodrigues > Rua Aquiramum > Rua Antero Barbosa > Rua Desembargador F. França > Rua Décio Reis > Avenida Diógenes R. Lima > Rua Macunis > Rua Natingui.